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sábado, 11 de junho de 2011

DE ONDE ME VEM O SOCORRO?


Texto bíblico: Salmos 121:1,2 e João 5:1-14
Vivemos em um mundo competitivo, onde um precisa mostrar que é melhor do que o outro para conquistar alguma coisa. A lógica deste mundo baseia-se na meritocracia: a vitória, o sucesso, o topo, é para aqueles que têm o mérito de ser mais rico, mais saudável, mais inteligente, mais bonito... Os critérios são estabelecidos pelo sistema (capitalista), e se quisermos incluir-nos neste sistema, devemos nos adequar, devemos merecer. Pela lei, somos todos iguais, mas socialmente, não. Somo diferenciados por nossa religião, por nossa condição social,logo a maioria não consegue, por mais que se esforcem, alcançar o “seu lugar ao sol”.
Vejamos uma ilustração deste mundo: O tanque de Betesda. Ironicamente Betesda significa “casa da misericórdia”, mas o que prevalecia naquele lugar, não chegava nem perto deste nobre sentimento. Entre todos os tanques existentes em Jerusalém, aquele era evitado pelos “normais”, pois era o recanto dos excluídos sociais, pois “ali costumava ficar: cegos, mancos paralíticos”. Para essas pessoas, a única esperança. Segundo a crença, de vez em quando, as águas do tanque eram agitadas por um anjo, e se algum desvalido fosse rápido o suficiente para entrar antes dos demais, ele seria curado de qualquer doença.
Imagine o clima daquele lugar. Competição, ciúmes, inveja, o forte vencendo o fraco, quem possuía dinheiro podia pagar homens fortes para colocá-lo primeiro na água. De fato, não era lugar de misericórdia. Conseguem perceber alguma relação com o mundo de hoje?
Falam por aí: vivemos num regime democrático, se você se esforçar, trabalhar, “dar duro”, você conseguirá, mas na verdade são discursos vazios que ouvimos até mesmo dentro de nossas igrejas. Não levam em consideração as diferenças, pois uns são mais favorecidos do que outros, e esquecemos-nos de exercer a misericórdia.
Era assim no tanque de Betesda, é assim também hoje!
Elevo os meus olhos para os montes e pergunto: De onde me virá o socorro?
O socorro no tanque de Betesda veio como uma brisa, como uma lua cheia em noites de verão, ou uma bela manhã de primavera. Ninguém percebe ou aprecia, porque está preocupado demais, empregando seus esforços naquilo que acha ser a solução.
Jesus foi a Jerusalém para uma festa. Era sábado e provavelmente era festa de Páscoa. O tanque de Betesda ficava perto da Porta das Ovelhas. Tudo na ação de Jesus é profeticamente harmonioso: Num dia santo, no lugar da misericórdia, o Cordeiro de Deus se apresenta trazendo verdadeira misericórdia para aquele lugar. Ninguém o percebe, mas Ele contempla aquele povo, em especial um homem, que há trinta e oito anos, encontrava-se paralítico. Diferente de muitos milagres, aonde as pessoas vão até Jesus, neste caso é Jesus que se apresenta e pergunta se aquele homem desejava ser curado.
Jesus sempre busca um diálogo com os homens, e deseja saber nossas vontades. Aquele pobre homem não enxergava outra solução a não ser o tanque, por isso se desculpa, dizendo que não havia ninguém que o colocasse no tanque.
Jesus então desafia aquele homem, e mostra uma solução bem diferente daquela que ele esperava. Talvez ele estivesse esperando que Jesus o tomasse em seus braços e o colocasse naquelas águas, as agitasse, mas ao invés disto Jesus simplesmente diz: “Levanta-te, toma a tua cama e anda.” Aquele homem se vê curado, livre de uma doença que além de paralisar o seu corpo, também paralisava sua visão, seus sonhos.
Jesus nos desafia a mudar de postura, e isto implica em mudança de foco também. Esse milagre nos ensina a não confiar nas coisas estabelecidas pelos homens, nas tradições culturais ou religiosas, e muito menos em processos seletivos da vida. Jesus tem uma visão diferente. O padrão de Deus é invertido, a lógica divina é de cabeça para baixo, pois no Senhor o fraco pode dizer “sou forte”, o pobre “sou rico”, o doente “estou curado”, o desempregado “Deus é meu provedor”. O milagre do Senhor para sua vida não depende de quanto você é merecedor (não é por seus méritos), dependem simplesmente da misericórdia de Deus, e da sua fé em aceitar a graça divina.

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